O deputado estadual Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, foi preso na quarta-feira, 3 de dezembro, e passará a noite na Superintendência da Polícia Federal. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Unha e Carne, que investiga a atuação de Bacellar em relação ao vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun. Essa operação resultou na prisão do deputado estadual TH Joias em setembro deste ano. Segundo a Polícia Federal, há provas de que Bacellar teria prejudicado as investigações que visam a cúpula do Comando Vermelho e suas conexões com agentes públicos.

    A decisão que autorizou a prisão preventiva de Bacellar foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que apontou fortes indícios de que o político integra uma organização criminosa no Rio de Janeiro. Além da prisão, Moraes determinou o afastamento de Bacellar do cargo de presidente da Alerj. A investigação revelou que Bacellar tinha uma relação próxima com TH Joias, que o considerava como o primeiro contato em sua lista de emergência, chamando-o de “01”. Essa relação foi descoberta após a quebra do sigilo telemático de TH Joias, que mostrou uma comunicação entre os dois na véspera da operação policial que resultou na prisão de Joias.

    A situação envolvendo Rodrigo Bacellar e TH Joias tem implicações significativas para a política no Rio de Janeiro, especialmente em relação à atuação do Comando Vermelho e suas conexões com agentes públicos. A Polícia Federal constatou que Bacellar ajudou na fuga de TH Joias, o que reforça a suspeita de que ele estava atuando para obstruir as investigações. A prisão de Bacellar e sua subsequente afastamento do cargo de presidente da Alerj podem ter consequências práticas para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, incluindo a necessidade de eleger um novo presidente para ocupar o cargo vago.

    A operação que resultou na prisão de Bacellar é parte de um esforço maior para combater o crime organizado no Rio de Janeiro, especialmente a atuação do Comando Vermelho. A investigação tem como objetivo desmantelar as redes de cooperação entre facções criminosas e agentes públicos, que são consideradas um grande obstáculo para a segurança pública no estado. Com a prisão de Bacellar, a Polícia Federal busca demonstrar sua capacidade de atuar contra a corrupção e o crime organizado, mesmo quando envolve figuras de alto escalão na política.