Em 2 de setembro de 2025, menos de 24 horas antes de ser preso por tráfico de drogas e ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, passou a se comunicar com um número cujo DDD era do estado da Paraíba e elaborou uma lista de contatos para comunicação urgente. Nessa lista, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, aparecia como o primeiro contato, sendo chamado por TH Joias de “01”. A descoberta foi feita após a quebra do sigilo telemático de TH Joias pela Polícia Federal (PF), que investiga se Bacellar teria vazado informações sobre a Operação Zargun.
A prisão de TH Joias ocorreu no dia 3 de setembro, e a partir daí, as investigações da PF revelaram um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos. O esquema incluía um delegado da PF, policiais militares, um ex-secretário municipal e estadual, e o próprio deputado estadual Rodrigo Bacellar, empossado em 2024. As investigações identificaram que Bacellar mantinha contato próximo com a cúpula do CV, incluindo Edgard Alves Andrade, o Doca. Além disso, a polícia constatou que TH Joias ostentava riqueza ilícita nas redes sociais, incluindo uma foto de si mesmo deitado com pilhas de dinheiro.
A PF apurou que Bacellar ajudou na fuga de TH Joias e que ele teria se livrado de provas um dia antes da operação. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que os fatos narrados pela PF são gravíssimos e indicam que Rodrigo Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado. A prisão de Bacellar foi efetuada pela PF, que o acusou de vazar informações da Operação Zargun.
As investigações da PF revelaram ainda que TH Joias tinha uma relação de proximidade com Bacellar, e que o presidente da Alerj era o primeiro contato de emergência de TH Joias. A lista de contatos urgente de TH Joias foi descoberta após a quebra do sigilo telemático, e nela, Bacellar aparecia como “01”. A PF continuará investigando o caso para apurar a extensão do envolvimento de Bacellar e de outros agentes políticos e públicos no esquema de corrupção.