Beleza Fatal, a primeira novela 100% inédita da HBO Max, virou vício nacional desde que estreou em 2021: três mulheres, três gerações e um único desejo de vingança que atravessou a mansão dos Argento como um furacão de segredos, cirurgias mal-feitas e cenas de beleza que davam arrepio na nuca. Agora, quem maratonou os 40 capítulos pode respirar (ou gritar): no dia 15 de dezembro o streaming libera um episódio extra de reencontro com Camila Pitanga, Giovanna Antonelli e Camila Queiroz gravado no mesmo cenário dourado onde tudo começou – só que desta vez os holofotes são para as memórias, não para a trama.

    O especial de uma hora funciona como aquele papo de sofá depois da festa: as atrizes voltam ao salão principal, reverenciam o retrato gigante da matriarca Elvira e, entre risadas e algum susto (“lembra da cena da injeção, Gio?”), relembram takes que viralizaram, figurinos que sumiram e o dia em que a equipe teve que parar a gravação porque um pássaro bicou o espelho de luz no meio do climão. Raphael Montes, autor da história, aparece em depoimento solo para explicar como nasceu a ideia de juntar novela clássica com o suspense psicológico que ele carrega nos romances; já Maria de Médicis, diretora-geral, conta que o maior desafio foi manter o ritmo de cliffhanger semanal numa plataforma on-demand, onde o “próximo capítulo” fica a um clique – e, mesmo assim, conseguiu deixar todo mundo de sapato na boca até a última sexta.

    Quem nunca viu Beleza Fatal ganha aqui um gostinho de festa: o programa recorta cenas marcantes (a prisão da mãe de Sofia, o reencontro com o amor de infância, o trágico resultado da plástica de Rebeca) e intercala com comentários que revelam o que não estava no script – tipo o fato de a mansão ser a mesma usada por uma famosa novela das nove dos anos 90, só que pintada de rosa-choque para esconder o dejà-vu. O público também vai descobrir que o trio de protagonistas criou um grupo de WhatsApp chamado “Três Camilas e um Segredo” para trocar palpites de cenas antes das leituras; o nome virou piada interna e hoje estampa a plaquinha de boas-vindas do estúdio. Sem spoiler, garantimos: quem torcia para Lola pagar o pato vai ouvir de Camila Pitanga o que ela acha da justiça que a personagem recebeu – e a resposta vem com aquele sorriso meio doce, meio fatal.

    O valor do especial está justamente nesse clima de after-party: não é making-of seco, nem “bastidores técnicos” para fã de cinema. É diversão de quem gosta de novela, mas não quer rever tudo do zero; é curiosidade de quem adora saber que o vestido verde de Elvira custou mais caro que o carro usado na fuga, ou que a cena do espelho quebrado foi feita com dobro de proteção porque Giovanna já tinha levado um corte sério em outro trabalho. Quando o crédito final subir, restará a certeza de que Beleza Fatal não foi só experimento de formato – foi encontro de talentos que decidiram brincar de vingança, botaram a beleza no centro da discussão e ainda nos deram um papo de sofá pra fechar o ano.