“Meu Espírito” ainda ressoa com urgência após 60 anos. Lançada em 1965, a canção foi um grito de rebeldia contra a sociedade que tratava os jovens com desdém e indiferença. A composição de Pete Townshend, líder da banda The Who, se tornou um símbolo eterno da dissidência juvenil e uma das músicas mais icônicas da era rock.
Mas quem eram os The Who? No final da década de 1960, a banda era apenas um dos muitos conjuntos de rock ingleses. No entanto, eles haviam surgido fazendo uma espécie de derivação da banda mais famosa da época, The Kinks. Com a canção “I Can’t Explain”, eles conseguiam capturar a atenção do produtor do The Kinks, Shel Talmy, com uma composição feita para soar semelhante à da banda liderada pelos irmãos Ray e Dave Davies. O sucesso no Reino Unido estabeleceu o grupou formado por Roger Daltrey (voz), Pete Townshend (guitarra), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria) como nomes a serem lembrados na cena musical da época. No entanto, o guitarrista Townshend já havia em mente ir além de ser cópia da banda dos irmãos Davies. Assim que o segundo single da banda “Anyway, Anyhow, Anywhere” foi lançado, o grupo se afirmou ainda mais, tendo o compacto alcançado o Top 10 britânico.
Quando chegou o momento de gravar seu primeiro álbum, o grupo resolveu ir ainda mais longe. No lugar de apenas regravar canções de R&B americanas, como outros conjuntos da época faziam, a banda queria mostrar sua capacidade como compositores. A canção “My Generation”, lançada em 1965 no álbum “My Generation”, foi o resultado. Pete Townshend, o líder da banda, havia se inspirado na experiência de ter o veículo de transporte da banda retido pela Rainha Mãe do Reino Unido. O episódio significou o confronto entre a geração dos jovens e a sociedade que os desprezava. Na época em que foi lançada, a música já se tornava símbolo da dissidência juvenil e, ainda hoje, seu impacto não perde força, a cada grito de “Não quero crescer mais”. Em “My Generation”, Roger Daltrey grita e gagueja em uma performance frenética. O baixo de John Entwistle quebra a regra de quem deve receber a atenção em uma música pop, o som da bateria e da guitarra criam uma atmosfera de revolta. A banda se tornou símbolo da rebeldia juvenil, com seu som e sua letra se tornando uma referência para muitos jovens.